sexta-feira, 2 de março de 2012

ECKHART TOLLE - O CORPO DE DOR


O CORPO DE DOR
Por ECKHART TOLLE

No caso da maioria das pessoas, quase todos os pensamentos costumam ser involuntários, automáticos e repetitivos. Não são mais do que uma espécie de estática mental e não satisfazem nenhum propósito verdadeiro. Num sentido estrito, não pensamos- o pensamento acontece em nós.

“Eu penso” é uma afirmação simplesmente tão falsa quanto “eu faço a digestão” ou “eu faço meu sangue circular”. A digestão acontece, a circulação acontece, o pensamento acontece.

A voz na nossa cabeça tem vida própria. A maioria de nós está à mercê dela; as pessoas vivem possuídas pelo pensamento, pela mente. E, uma vez que a mente é condicionada pelo passado, então somos forçados a reinterpretá-lo sem parar. O termo oriental para isso é carma.

O ego não é apenas a mente não observada, a voz na cabeça que finge ser nós, mas também as emoções não observadas que constituem as reações do corpo ao que essa voz diz.

A voz na cabeça conta ao corpo uma história em que ele acredita e à qual reage.
Essas reações são as emoções.

A voz do ego perturba continuamente o estado natural de bem-estar do ser. Quase todo corpo humano se encontra sob grande tensão e estresse, mas não porque esteja sendo ameaçado por algum fator externo - a ameaça vem da mente.

O que é uma emoção negativa?

É aquela que é tóxica para o corpo e interfere no seu equilíbrio e funcionamento harmonioso.

Medo, ansiedade, raiva, ressentimento, tristeza, rancor ou desgosto intenso, ciúme, inveja - tudo isso perturba o fluxo da energia pelo corpo, afeta o coração, o sistema imunológico, a digestão, a produção de hormônios, e assim por diante.

Até mesmo a medicina tradicional, que ainda sabe muito pouco sobre como o ego funciona, está começando a reconhecer a ligação entre os estados emocionais negativos e as doenças físicas.

Uma emoção que prejudica nosso corpo também contamina as pessoas com quem temos contato e, indiretamente, por um processo de reação em cadeia, um incontável número de indivíduos com quem nunca nos encontramos. Existe um termo genérico para todas as emoções negativas: infelicidade.

Por causa da tendência humana de perpetuar emoções antigas, quase todo mundo carrega no seu campo energético um acúmulo de antigas dores emocionais, que chamamos de “corpo de dor”.

O “corpo de dor” não consegue digerir um pensamento feliz. Ele só tem capacidade para consumir os pensamentos negativos porque apenas esses são compatíveis com seu próprio campo de energia.

Não é que sejamos incapazes de deter o turbilhão de pensamentos negativos - o mais provável é que nos falte vontade de interromper seu curso. Isso acontece porque, nesse ponto, o “corpo de dor” está vivendo por nosso intermédio, fingindo ser nós. E, para ele, a dor é prazer. Ele devora ansiosamente todos os pensamentos negativos.

Nos relacionamentos íntimos, os “corpos de dor” costumam ser espertos o bastante para permanecer discretos até que as duas pessoas comecem a viver juntas e, de preferência, assinem um contrato comprometendo-se a ficar unidas pelo resto da vida.

Nós não nos casamos apenas com uma mulher ou com um homem, também nos casamos com o “corpo de dor” dessa pessoa.

Pode ser um verdadeiro choque quando - talvez não muito tempo depois de começarmos a viver sob o mesmo teto ou após a lua-de-mel – vemos que nosso parceiro ou nossa parceira está exibindo uma personalidade totalmente diferente. Sua voz se torna mais áspera ou aguda quando nos acusa, nos culpa ou grita conosco, em geral por uma questão de menor importância.

A essa altura, podemos nos perguntar se essa é a verdadeira face daquela pessoa – a que nunca tínhamos visto antes - e se cometemos um grande erro quando a escolhemos como companheira. Na realidade, essa não é sua face genuína, apenas o “corpo de dor” que assumiu temporariamente o controle.

Seria difícil encontrar um parceiro ou uma parceira que não carregasse um “corpo de dor”, no entanto seria sensato escolher alguém que não tivesse um “corpo de dor” tão denso.

O começo da nossa libertação do “corpo de dor” está primeiramente na compreensão de que o temos.

É nossa presença consciente que rompe a identificação com o “corpo de dor”. Quando não nos identificamos mais com ele, o “corpo de dor” torna-se incapaz de controlar nossos pensamentos e, assim, não consegue se renovar, pois deixa de se alimentar deles. Na maioria dos casos, ele não se dissipa imediatamente.

No entanto, assim que desfazemos sua ligação com nosso pensamento, ele começa a perder energia.

A energia que estava presa no “corpo de dor” muda sua freqüência vibracional e é convertida em “Presença”.

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DE CORAÇÃO A CORAÇÃO - https://lecocq.wordpress.com

LUZ! 
STELA





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3 comentários:

  1. Boa tarde! Stela.

    Estar consciente é essencial, mas nos dias de hoje ou sei lá de repente sempre tenha sido assim, me parece um grande desafio pelo menos para mim, leio tantos textos, inclusive li o livro de Eckart Tolle o "O despertar de uma nova consciência",embora já faça muito tempo, busco sempre tudo aquilo que possa me ajudar no meu auto-conhecimento, no entanto, tenho consciência do meu corpo de dor, mas nossa!!! Como é difícil pelo menos para mim romper esta identificação. Pode parece até pueril a minha pergunta, pq estou cansada. O que vc me sugere?

    Desde já obrigada!

    Aliana

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  2. Olá Aliana!

    Eu sei que na época atual é bem mais dificil mantermos o centro e o equilibrio...

    Quanto à identificação... essa é uma "luta" que o ego trava com sua consciencia... principalmente, quando começamos em nosso auto conhecimento... o medo do ego, é perder o controle sobre vc.... ele controla através do medo, dúvida, baixa autoestima, auto julgamento, etc...

    Existem centenas de livros maravilhosos que nos ajudam a aprender um pouco mais sobre nós mesmas, mas, mais do que leitura, o importante é praticar... aprender a estar em silencio consigo mesma... esta prática vai fortalecendo sua conexão com seu Eu Superior, com sua Divindade interna, e vc passará a se sentir mais leve, mais segura, mais confiante, terá intuições que te ajudem em vários pontos de sua vida...etc....

    eu tbem aconselho a prática do Hoponopono, que ajuda a limpar do inconsciente, as inseguranças, traumas, medos, baixa autoestima, etc...

    eu te aconselho a ler 3 páginas que tenho no blog que, seguramente, te darão pistas e dicas valiosas:

    http://stelalecocq.blogspot.com/2010/06/hooponopono-limite-zero.html

    http://stelalecocq.blogspot.com/p/meditacao.html

    http://stelalecocq.blogspot.com/p/aos-trabalhadores-da-luz-providencias.html

    qualquer duvida, entre em contato!

    Beijos de Luzzzz
    Stela

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  3. Ao meu ver,o carma é positivo e é escuridão.O que também é positivo.Iluminando a escuridão,se dissipa o carma e,consequentemente a dor.
    O resultado é vitória,iluminação.Pois quem iluminou a escuridão,só o fez porque é Luz.

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