sexta-feira, 2 de agosto de 2019

DO QUE VOCÊ TEM VERGONHA?


DO QUE VOCÊ TEM VERGONHA?
Por Bruna Pinheiro & Camila Chagas

Não importa o quanto você sabe. Nunca será suficiente para todas as pessoas do mundo. Sinceramente, até acho mais saudável viver acreditando que o seu máximo nunca será suficiente para ninguém, e inclusive para você, enquanto estiver querendo impressionar, é claro.

Mas, a partir do momento em que você parar de pagar o preço que a perfeição te cobra, vai relaxar e não sentirá mais tantas dores de cabeça e tanta vergonha. A vergonha é um sintoma de viver uma vida limitado na perfeição. Ela nunca nos inclui. Até porque, ela acha que precisa de muito para sermos incluídos, certo? Errado. É claro que ela está errada.


Não espere estar pronto para fazer algo. Você nunca estará pronto. Ou quem sabe um dia esteja. Mas, o caminho da evolução é longo. É preciso se divertir no caminho, e não ficar eternamente esperando pelo dia em que estaremos perfeitos, em ótimas condições para namorarmos, casarmos, para nos mudarmos de cidade, para mudarmos de emprego. Você nunca vai encontrar a pessoa perfeita. E, enquanto estiver procurando, só encontrará alguém pra te completar. E isso acontece porque você ainda só utiliza uma metade de você mesmo.

Mas, podemos ser inteiros. Ao invés de continuarmos procurando por nossas metades, vamos escolher conscientemente pessoas para compartilharmos as nossas vidas. Porque sabe o que acontece quando somos metades que encontramos as nossas metades? Depois que o fogo da paixão passa, as cobranças são muito grandes dentro dessa relação.

Se não somos inteiros, tudo o que nos falta, projetamos no outro, e é assim que acontecem os términos. A parte que faltava em mim, eu encontrei no outro, e exatamente por isso me senti atraído por essa pessoa. Mas, quando começamos a enxergar a realidade, o outro serve como um espelho para nós. E aí o que antes nos completava, agora nos incomoda.

Porque encontramos no outro partes que queríamos ter mas não temos, e isso começa a ser um problema dentro do relacionamento. Você começa a se irritar porque tem um espelho na sua frente diariamente pra se ver, mas como você não quer ver, o que faz? Termina esse relacionamento, pra afastar de você tudo o que não é capaz de lidar nesse momento. Pra afastar de você mesmo, uma parte de você.

Mas, e se a partir de agora você se aceitasse como é, e se permitisse ser imperfeito? E se você parasse de julgar as qualidades e os defeitos? Deixe estar apenas. Simplesmente seja. Não gaste energia tentando ser o melhor. Apenas trabalhe, devagar, para ser a sua melhor versão todos os dias. Não crie expectativas altas se por um acaso, você não estiver tão bem naquele dia. Se permita apenas ser quem você é. Se permita descansar.

É duro demais trabalhar duro pra impressionar. A vida fica mais leve quando de repente começamos a falar das coisas que nos dão vergonha, e do que nos dá medo. Se você usa uma máscara com as pessoas, receberá isso de volta. Fale sobre o que quiser falar, responda o que quiser responder. Se arrume como quiser se arrumar, e perceba pessoas erradas (para esse momento), se afastando de você, e outras se aproximando.

A intimidade com as pessoas que têm mais a ver com você, vai aumentar. Os laços ficarão mais fortes. Tire esse peso de você. Quem foi que disse que você precisar ser tanto? O mais bonito? A mais espiritualizada? O mais inteligente? Isso dá muito trabalho. Foque a partir de agora, em ser mais você, mais feliz e mais verdadeiro. Perceba que não é sobre o “mais” competitivo. Estamos falando do “mais” quantitativo.

E não se esqueça, todas as vezes em que estiver com vergonha, fale pra você mesmo: "Tá tudo bem. Você pode ser você." Você não precisa ser perfeito aqui, e nem em lugar nenhum. A competição com os outros acabou. Agora é você com você mesmo, todos os dias.

Reflita sobre os momentos em que você sente vergonha. De quem você sente vergonha? Porque? Todas as respostas vão cair no mesmo lugar. Você vai perceber que só tá querendo impressionar. Pense nas pessoas que você mais ama. Você as ama muito porque elas são perfeitas? Com certeza, não. Você as ama, porque simplesmente você pode ser você com elas, e elas com você. Você as ama porque é feliz quando está na presença delas.

Lembre-se: Vulnerabilidade é a habilidade de lidar com os sentimentos desconfortáveis. E, o perfeccionismo é o medo de lidar com esses sentimentos. Se permita estar vulnerável. A hora que você perceber que mesmo você não permitindo, a vulnerabilidade está acontecendo, vai liberá-la e, sairá um peso de você. A hora que você permitir, não vai mais doer tanto. Não vai mais te dar tanta vergonha. Você não está fazendo nada de errado para ter tanta vergonha.

Você só quer ser aceito por você mesmo. Não é pelos outros. É mais simples do que imaginávamos. Se permita ser, apenas ser...

Bruna Pinheiro


Assim como a inveja, a vergonha é um sentimento de fora para dentro. Nós achamos que ela venha da relação com o outros, uma vez que ela só aparece em ambientes de convívio social. Mas na verdade, ela existe apenas dentro de nós mesmos. Podemos estar super desconfortáveis num lugar, e ninguém sequer perceber que você está se sentindo mal.

Ela é um depósito de energia que nós colocamos no outro, dando o poder ao outro para o julgamento de nossa vida. E ninguém deveria ter este poder. Na verdade, ela é um julgamento pessoal, do que achamos que o outro possa pensar sobre nós, e dando um falso poder ao outro de nos diminuir por algum motivo.

É um sentimento que está dentro de você, por uma preocupação exagerada que você tem em se importar com o que o outro pensa, e mais do que isso, inconscientemente permitir que o outro tenha o direito de te validar. Nada tem a ver com o outro, menos ainda em ouvir a opinião do outro abertamente.

Você pode perfeitamente ouvir um conselho de uma amiga ou familiar, dizendo por exemplo que você está "ansiosa demais", "comendo demais", "trabalhando demais", e não sentir vergonha alguma por isso, muito pelo contrário, passar a se observar e aceitar uma crítica construtiva.

A vergonha não tem a ver com o que o outro diz, ou com o quanto ele interfere em sua vida. Mas sim com suas inseguranças sobre você mesma, que você tem medo que o outro descubra, e te veja inferior por elas. É um sentimento totalmente pessoal e intransferível. De algo que você vê em você, mas que muitas vezes, o outro nem percebe. E se percebe, jamais se incomodaria.

"Ah, porque estou com vergonha por estar com essa espinha enorme", "Tenho vergonha de me apresentar em público e dizer ou fazer alguma bobagem (afinal são muitas pessoas me olhando que podem perceber meus defeitos)".

Tem pessoas que sentem tanta vergonha, que mesmo sem dizerem nada, se sentem deslocadas nos ambientes, se escondem atrás de móveis, tentam se posicionar invisíveis, e tenho certeza de que se pudessem, não sairiam do banheiro ou se esconderiam debaixo da mesa.

A vergonha vem de mãos dadas com a baixa alta estima, com a invisibilização de nossa existência, da diminuição de nossas qualidades. Nos apagamos, tentamos nos esconder na sombra, tentando parecermos invisíveis.

Você já parou para pensar que todas as pessoas tem defeitos, segredos, lados não tão positivos, que não são boas em tudo o que fazem e que não tem o corpo mais saudável ou perfeito, dentro dos padrões de medicina ou beleza?

Uns são menos entendidos em alguns assuntos, outros tem bafo, outros não tem inteligência emocional, outros tem tiques nervosos, não se cuidam de alguma forma, são impacientes, dentre tantas outras questões.

Tem diversas situações que podem te fazer se sentir desconfortável. Mas entenda, que todos tem fraquezas, e que talvez justamente expondo sua vulnerabilidade e aceitando ser quem você é sem se prender a padrões sociais, você possa ajudar e se aproximar de muita gente.

Enquanto você está preocupado que o outro esteja olhando sua "espinha", o outro pode estar se martirizando por não entender muito de política, assunto que estão falando. Ninguém está se entregando nesta relação, percebe? Ninguém está confortável neste ambiente. E ambos estão sendo egoístas e mesquinhos, ao estarem pensando apenas em si.

A maioria das pessoas que são chamadas de egoístas, na verdade estão se escondendo por trás de uma falta que sentem. São raras pessoas arrogantes por se acharem o máximo. Normalmente quem se afirma demais, é inseguro. Quem se volta muito a si, sente vergonha, ou ciúmes, ou algum sentimento que não está sabendo lidar.

Porque quando liberamos nossos medos, abrimos espaço para prestar mais atenção no outro, em nos entregarmos mais ao presente e a uma vida mais intensa e cheia de significados. Não construa muros em suas relações. Se você está com vergonha da tal espinha, e o tal fulano se sentindo desconfortável com o tema da conversa, não seria muito mais fácil assim que se encontrassem, já resolvessem suas diferenças e inseguranças pessoais?

Se você já chegar dizendo "Nem olhe para minha espinha, sei que ela está um horror", e seu amigo lhe disser "Não vamos falar de política, que neste assunto sou um fiasco, podemos procurar um assunto de interesse comum entre nós?", não necessariamente desta forma, o encontro certamente será muito mais agradável.

Você não passará todo o tempo pensando em si, em sua espinha, e querendo sair dali. E seu amigo não passará toda a conversa com medo, pensando que a qualquer momento, você irá comentar sobre a posse presidencial. Vão criar uma proximidade ao exporem suas fraquezas, e tornar o ambiente mais agradável.

Olhe para dentro de você. Procure entender a origem de sua vergonha. Seja autentico, e não tenha medo de expor sua vulnerabilidade. Só dessa forma você vai se permitir se arriscar na vida, e criar relações reais.

Camila Chagas

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Grata Bruna e Camila!

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