sábado, 4 de janeiro de 2025

QUERIDO MESTRE, COMO POSSO ME CONSERTAR?


QUERIDO MESTRE, 
COMO POSSO ME CONSERTAR?
Por Carolina Oquendo
Artigo do Shaumbra Magazine
Janeiro 2025

Eu estava jogada em uma daquelas cadeiras frias de plástico do aeroporto perto do Portão C27, olhando fixamente para uma máquina de venda automática. Meu voo atrasou — de novo — e eu senti como se o universo estivesse esfregando sal em uma ferida já sensível.

O cansaço não era apenas físico; era o tipo de cansaço profundo que vem de carregar coisas invisíveis e não resolvidas por muito tempo. Eu não tinha certeza se estava mais frustrada ou desapontada, mas estava tudo lá, girando junto como o smoothie mais turvo do mundo.

E, claro, ele apareceu.

Notei-o pelo canto do olho, caminhando em minha direção com aquele ar brincalhão e casual que de alguma forma me fez sentir vista e levemente irritada ao mesmo tempo.

O Mestre — meu Mestre, suponho — parecia completamente à vontade, como se não tivesse nenhuma preocupação no mundo. Ele se sentou no assento ao meu lado, esfregando as mãos como se estivesse se preparando para uma conversa suculenta.

“Então”, ele disse com um sorriso maroto, “o que te deixou nessa depressão deliciosa?”

Eu exalei bruscamente pelo nariz, como um tipo de touro irritado. “Eu simplesmente... superei isso. Tudo isso. Eu pensei que finalmente tinha superado essa coisa toda – expectativas, precisar que as pessoas sejam de uma certa maneira – mas acontece que não superei. É como se eu estivesse arrastando uma mala gigante cheia de lixo, e toda vez que eu acho que desempacotei tudo, alguém joga outro par de sapatos que eu não pedi.”

Ele riu baixinho. “Sapatos, hein? Deixe-me adivinhar – provavelmente não combinavam?”

“Ugh, sim! E arranhados. Mas você sabe o que quero dizer.”

Eu me inclinei para trás, tentando me livrar da imagem ridícula de uma mala cheia de sapatos fedorentos e feios.

“Eu pensei que tinha feito progresso. Eu realmente fiz. Mas aqui estou eu, presa neste ciclo interminável de esperança, tentativa, me sentindo um pouco melhor e então caindo de volta no chão novamente. E agora eu estou apenas... cansada. Estou cansada de mim, da minha mente, dos meus pensamentos, da minha necessidade de controlar. É como se minha mente me traísse constantemente, e eu nem sei mais em que confiar.”

Ele assentiu, sua expressão era calorosa, mas focada, como se pudesse ver através do meu emaranhado de emoções.

“Assuma”, ele disse simplesmente.

Eu pisquei. “Assumir o quê?”

“Tudo isso. A exaustão. A frustração. O fato de que você está se sentindo traída pela sua mente. Assuma isso. Não tente deixar isso de lado ou disfarçar com afirmações. Apenas... assuma isso.”

Lá estava, um pequeno lampejo de esperança. Talvez dessa vez ele me desse algo novo e praticável , algo que finalmente quebraria esse ciclo. Inclinei-me um pouco para frente. "Ok... e depois?"

Ele sorriu novamente. “Então pare de tentar tirar as partes de si mesma que você acha que não pertencem.”

“Você está sentada ali”, ele continuou, inclinando-se para frente, “esculpindo a si mesma, tentando criar essa versão perfeita de quem você acha que deveria ser – um Mestre, nada menos – e então você fica frustrada porque a escultura não sai do jeito que você imaginou. Mas esse não é o ponto.”

Franzi a testa, esperando a inevitável piada.

Ele suavizou o tom, quase como se pudesse sentir os pontos sensíveis que eu não queria reconhecer.

“Depressão, ansiedade, exaustão – tudo faz parte do ciclo. E sim, parece que você está no fundo do poço agora. Mas não é apenas o ponto mais baixo de uma viagem sem sentido. É o impulso que você precisa para seguir para o que vem a seguir – o estágio final desta longa jornada em que você está como o velho humano encarnado na biologia. É por isso que é tão importante assumir o que quer que esteja passando. Nada disso é um erro.”

Engoli em seco, sem saber se deveria me sentir aliviada ou mais irritada. "Mas ainda parece que estou desmoronando", murmurei.

Ele assentiu. “Claro que sim. Porque você está desmoronando, pelo menos o antigo você. Não se trata apenas de se sentir mal sem motivo. É dissolução de identidade. A versão de você que você foi por tanto tempo, aquela em que você investiu todo esse tempo e energia, está desmoronando, e sim, isso é assustador. A mente quer se agarrar, reforçá-la, juntar os pedaços novamente. Mas você não precisa mais fazer isso. Apenas respire fundo.”

Eu levantei uma sobrancelha. “Esse é seu grande conselho? Apenas respire?”

“Sim”, ele disse, sorrindo. “Respire fundo e deixe ir. Essa velha identidade não está morta. Ela está apenas... evoluindo. O espaço que ela está criando está abrindo você para formas inteiramente novas de expressão, muitos tipos diferentes de identidades, não apenas a rígida que você vem esculpindo para si mesma.”

“Mas a tenacidade, a determinação, o compromisso implacável”, protestei, “é o que me trouxe aqui. Você está dizendo que não importa mais?”

Ele riu suavemente.

“Não é que não importa; é que não vai funcionar daqui. Essas qualidades, por mais admiráveis ​​que tenham sido, só criarão uma espécie de gravidade agora. Elas vão arrastá-la de volta para velhos padrões, velhas dúvidas, velhas lutas. A mente vai se apegar a elas porque pensa que são as únicas ferramentas que lhe restam. Mas esta parte da jornada é diferente. Não se trata mais de coragem ou força de vontade. É sobre confiança, permissão e graça. É sobre saber, no fundo do seu ser, que tudo isso é natural. Que você não precisa lutar para seguir em frente. Você pode simplesmente deixar ir.”

Deixei suas palavras pairarem no ar, um nó se formando na minha garganta.

“Você faz parecer tão fácil,” eu disse calmamente.

Ele sorriu. “Não é fácil para a mente humana, não. A mente lutará contra isso a cada passo do caminho; é estranho assim, sempre tentando te convencer de que suas ilusões são reais. Mas quando você muda para o 'Eu Sou', quando você se permite simplesmente ser, isso se torna muito claro. A mente não é quem está conduzindo esse processo. Você é, e você já escolheu isso.”

Algo se agitou em mim, apenas um lampejo, mas o suficiente para me fazer parar.

“Então”, perguntei finalmente, “o que devo fazer quando parece que tudo está desmoronando?”

Ele se recostou, seus olhos brilhando com aquela mistura irritante de sabedoria e humor.

“Você respira fundo. Você assume isso – tudo isso – e para de tentar esculpir seu caminho para fora. Você não é mais uma estátua, ou uma ideia perfeita para ser moldada. Você é o ar, o espaço, a fluidez. O Mestre não precisa de definição. Não precisa de conserto. Ele simplesmente é.”

Fiquei pensando nisso por um momento, minha mente ainda girando, ainda se apegando, mas algo mais profundo, mais silencioso, estava começando a surgir.

Soltei um longo e trêmulo suspiro e sussurrei: "Eu existo".

O Mestre me deu um lento aceno de aprovação. “Exatamente.”

Não era alto ou chamativo, mas era o suficiente. O suficiente para me lembrar que eu não precisava das respostas, da escultura ou dos ciclos infinitos de tentar descobrir tudo. Eu só tinha que confiar.

Quando abri os olhos, o Mestre estava me observando, seu sorriso mais suave agora. “Você vai ficar bem,” ele disse levemente. “Bem, a menos que você perca seu voo. Eles estão embarcando.”

Olhei para o portão e me levantei rapidamente, percebendo de repente que meu grupo já estava na fila. “Espere – você também vem?”

Ele deu de ombros, já se recostando na cadeira como se tivesse todo o tempo do mundo.

“Ah, eu estou sempre aqui. Se você percebe ou não, depende de você.”

Revirei os olhos, mas um pequeno sorriso surgiu em meus lábios. “Claro que sim.”

E enquanto eu caminhava em direção ao portão, algo parecia mais leve. Não consertado, não resolvido, mas mais leve.

E isso foi o suficiente.

~ Carolina Oquendo

As palavras do Mestre nesta história são baseadas nas canalizações de Adamus em:

SÉRIE CAMINHANDO - A VIDA SEM PODER – Shoud 8

A ARTE DE FICAR NO BANCO - SHOUD 8

SÉRIE DA ILUMINAÇÃO - SHOUD 10

NAS ASAS DA ESPERANÇA - SHOUD 1


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