segunda-feira, 7 de julho de 2008

SILÊNCIO


Silêncio



A mente começou a contar suas histórias, mas a alma disse,

“Eu não tenho tempo para ouvi-las agora.”

Rumi Rumi


Num momento de admiração uma pessoa fica sem palavras, presente.

Num momento de espanto, um estado mais elevado surge;

“o Silêncio é o arauto perfeito da alegria,” diz Shakespeare,

“Eu seria pouco feliz se pudesse quantificá-lo.”

Ao mesmo tempo, esta qualidade do silêncio revela as engrenagens do mecanismo interior de uma pessoa.

Esta ‘paz que passa toda compreensão’ é uma medida.

Os muitos Eus são barulhentos, e com intensidade maior quando estamos em imaginação.
Medidos pelo silêncio, os muitos Eus são personagens variadas do bobo da corte, identidades temporárias apoiadas por atitudes mecânicas.

À luz do verdadeiro Eu, eles são vistos como impostores; os pensamentos sobre quem a pessoa é, o que ela faz, o que ela deve fazer, o que os outros devem fazer.

Os Eus sobre sexo, dinheiro, possessões, saúde, status. Eus sobre o avanço espiritual, ou a falta dele. Eus que lisonjeiam ou degradam a pessoa. Eles surgem e competem entre eles; os Eus somem quando o silêncio emerge.
Quando uma pessoa desperta, ela acha mais natural estar em silêncio do que falar, escutar mais do que conversar.

A intenção original da técnica existente em escolas pelo voto de silêncio era provar a natureza ilusória dos muitos Eus.

Eventualmente, um estudante de uma escola descobre que o caos dos Eus não tem poder sobre o silêncio dentro dele.

Os muitos Eus desaparecem dentro do silêncio.

A Presença se soma ao silêncio dentro de você.


Nenhum comentário:

Postar um comentário