terça-feira, 12 de agosto de 2008

ALÉM DOS JULGAMENTOS


ALÉM DOS JULGAMENTOS

A mente além dos julgamentos observa e compreende

Não considere o que é certo e o que é errado, porque, se você considerar o que é certo e o que é errado, você ficará dividido, você se tornará um hipócrita. Você fingirá o certo e fará o errado. E, no momento em que você considera o que é certo e o que é errado, você fica preso, você se torna identificado. Você certamente fica identificado como o certo.

Por exemplo: você vê uma nota de cem dólares na beira da calçada; ela pode ter caído do bolso de alguém. Então surge a questão: pegá-la ou não pegá-la? Uma parte sua diz: “está perfeitamente certo pegá-la. Ninguém está olhando, ninguém nem mesmo suspeitará. E você não está furtando – ela está bem ali! Se você não a pegar, outra pessoa irá pegá-la de qualquer modo. Assim, por que perdê-la? Está perfeitamente certo!”.

Mas uma outra parte diz: “isso está errado – este dinheiro não lhe pertence, não é seu. De certo modo, de um modo indireto, é um furto. Você deve informar à polícia, ou, se você não quer se incomodar com isso, então, siga adiante e esqueça. Nem ao menos olhe para trás. Isso é ganância, e ganância é pecado!”.

Agora, essas duas mentes estão presentes. Uma diz “está certo, pegue-a”, a outra diz “está errado, não a pegue”. Com qual das duas você vai se identificar? Você vai certamente se identificar com a mente que diz que é imoral, porque isso satisfaz mais o ego: “você é uma pessoa moral, você não é qualquer um; uma pessoa qualquer teria ficado com a nota de cem dólares. Nesses tempos difíceis, as pessoas não pensam em tais delicadezas”. Você se identificará com a mente moral. Mas há toda possibilidade de você pegar o dinheiro. Você se identificará com a mente moral e se desidentificará com a mente que vai pegar o dinheiro. Lá no fundo você condenará. Você dirá: “isso não está certo – é o pecador em mim, a parte mais baixa, a parte condenada”. Você se manterá distante da coisa. Você dirá: “eu era contra isso. Foi meu instinto, foi meu inconsciente, foi meu corpo, foi minha mente que me persuadiu, pois eu sabia que era errado. Eu sou aquele que sabe que aquilo foi errado”.

Você sempre se identifica com o certo, com a atitude moral, e se desidentifica do ato imoral – embora o faça! É assim que a hipocrisia surge.

Ir além dos julgamentos de bom e ruim é o caminho da observação. E é através da observação que a transformação acontece. Essa é a diferença entre moralidade e consciência. A moralidade diz: “escolha o certo e rejeite o errado. Escolha o bom e rejeite o ruim”. A consciência diz: “simplesmente observe os dois. Não escolha nada. Permaneça na consciência sem escolha”.

Do Livro: "A Descoberta do Buda" - Osho
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Muita Luz!
Stela

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