DÉJÀ VU
Por Jean Tinder
Editora do Shaumbra Magazine,
Professora do Círculo Carmesim
Março 2016
Nós, seres humanos, gostamos da nossa realidade linear. Nós apreciamos os prazos que mostram uma sequência de eventos, listas do que fazer onde podemos ticar as nossas realizações, relógios para que possam nos mostrar o quanto do dia ainda temos.
Há uma satisfação em ir do ponto A para o B e para o C e os atalhos são ótimos, desde que eles nos levem para "lá" um pouco mais rápido. Se quisermos o progresso e evolução ou um retorno aos "bons velhos tempos", é sempre com referência ao que (nós achamos) veio antes e o que pode estar à frente.
No entanto, quanto mais eu vejo o mundo nos dias de hoje, mais eu noto um sentimento familiar, como se nós já tivéssemos passado por isso antes. Há uma sensação de déjà vu, algo reconhecível no desconhecido. Talvez Salomão estivesse certo quando disse: "O que foi, será de novo, o que foi feito será feito novamente; não há nada de novo sob o sol".
Eis um exemplo. Estórias sobre Atlântida podem realmente tocar nossos corações. Os seres humanos tendem a romantizar o passado e Atlântida foi como nosso primeiro amor. Foi incrível, inovador, mágico... e depois terrível em seu fracasso espetacular.
A civilização fez progressos incríveis, aprendemos muito sobre a energia, consciência e vida na Terra e a saudade inata de casa parecia perto da realização. Então, como Tobias diz na Escola das Energias Sexuais, o vírus da energia surgiu e os jogos de poder começaram. O desejo de poder ofuscou a promessa de transformação.
A sociedade igualitária deu lugar a coisas como o controle mental e dominação, desonra da energia feminina emergente e o aprofundamento da disparidade entre os que têm e os que não têm. Mesmo que tenhamos nos reunidos nos Templos de Tien para trabalhar em direção a uma solução compassiva, eventualmente, vimos os nossos sonhos destroçados e queimados.
Isto soa familiar?
Para mim, as semelhanças entre aquela época e agora são impressionantes. Há muitos que desejam fortemente criar uma sociedade inclusiva e compassiva e muitos outros que estão apaixonadamente dedicados à regra do poder, do medo e da exclusão. A energia feminina está florescendo em todo o mundo, junto a um esforço determinado para colocá-la de volta sob controle. Criatividade e intuição estão em ascensão, juntamente com uma definição cada vez mais estreita do que é "normal".
E aqui estamos novamente, desta vez reunindo-nos em nosso "templo” virtual, aprendendo sobre consciência e energia e nos perguntando se o resto do mundo vai chegar a este ponto antes de explodir.
Nós estamos até mesmo olhando para o potencial de entrar na metade de uma dimensão do nosso próprio mundo - seguro, invisível e intocável por todos os jogos de poder. Alguém quer a Nova Terra? Mais uma vez enfrentamos o dilema: vamos ficar e tentar fazer a diferença, ou afastarmo-nos e deixá-los? Isto pode ser muito pessoal, porque nós estivemos lá, fizemos isso e temos as cicatrizes para provar.
Ao longo das últimas semanas eu tive dias que senti um peso e escuridão inacreditáveis, como se nuvens de tempestade estivessem bloqueando o sol da consciência. Eu passei dias envolta numa profunda tristeza, sem ter nada em que colocar a culpa e nenhuma estória para explicar as lágrimas; apenas uma pura tristeza sem estar ligada a nada.
Eu acho que é porque nós já estivemos aqui antes e eu poderia estar absorvendo a desolação do inconsciente "Aqui vamos nós de novo" dos outros seres humanos. Para nós, que gostamos da ideia linear do progresso, pode ser desanimador pensar que estamos presos, andando em círculos. Mas, eu sinto que há mais do que isso. Há uma razão para tudo estar acontecendo "novamente".
Eu nunca vou me esquecer de uma experiência durante um passeio sagrado com os Shaumbra, no Egito. Visitando um templo muito original em Kom Ombo, no Nilo, nós aprendemos que ele se concentrava na integração da dualidade, algo não visto nos outros templos. Quem construiu esta estrutura maciça teve grande cuidado em retratar a união do masculino e do feminino, do humano e do divino, da luz e da escuridão.
Eu fiquei muita impressionada e isso trouxe à tona a questão: se tínhamos esse entendimento há milhares de anos, por que nós tivemos que passar por toda a dor e sofrimento desde então?
E a resposta veio: Foi por causa da experiência, a fim de incorporar a sabedoria. E agora aqui estamos, integrando essas dualidades, não em um templo de pedra no deserto, mas no templo do nosso Ser. Tivemos o conhecimento, mas não a experiência, por isso, nós atuamos para internalizar a sabedoria.
Eu acredito que acontece o mesmo com praticamente tudo. Nossa alma não está tentando chegar a algum lugar ou conseguir algum tipo de conclusão; estamos passando por ciclos de desejo, criação, experiência e sabedoria.
Isto começa com o desejo de conhecer e entender, o que inspira o estabelecimento de uma criação, na qual atuar e vivenciar as dinâmicas que, no final, traz sabedoria..., o que pode, então, gerar um novo desejo, mas vamos passar por este ciclo primeiro!
Então, quando você se sentir sobrecarregado com tudo o que está acontecendo, apenas respire profundamente. Essa é a sabedoria que vem para casa, é por esta razão que você está aqui todo esse tempo.
Agora, aqui está algo que pode parecer familiar.
Aquele Sentido do Mestre, que Adamus tem falado? Não é um novo truque legal que estamos aprendendo ou para o qual evoluímos. É o nosso Ser esquecido. Como você acha que a "realidade" foi percebida antes de vir para a Terra?
Como você vivencia a si mesmo entre vidas ou nas altas esferas angélicas ou mesmo nos estados de sonho selvagens que a mente não pode interpretar? Como você acha que interagimos na Nova Terra? No clube dos Mestres Ascensos? Em nenhum lugar? Você pode ter certeza que não é através de nossos olhos, ouvidos e mãos, mas é muito familiar.
Pense em jogar Monopólio, o jogo popular de comprar, vender e ficar à frente. Você tem o tabuleiro do jogo, as coisas que você quer realizar e os contratempos que você vai vivenciar, todos governados por regras muito claras.
O pequeno carro, chapéu, sapato ou qualquer objeto que você escolheu como sua peça do jogo é como o seu corpo. Ele pode se mover para a frente, passar pelo Siga, um atalho de sorte, ser enviado para a prisão, etc., mas as suas habilidades e "sentidos" estão limitados ao jogo. Quando você terminar o jogo e voltar para a sua vida, suas limitações são esquecidas, porque a sua existência é mais do que andar em círculos em torno do tabuleiro, tentando ganhar.
Para dizer o óbvio, o seu eu humano é o objeto que você criou para andar ao redor do tabuleiro de jogo da Terra. Seus sentidos são limitados pelas regras do jogo, apesar de sua vida real ser muito mais. Permitindo que o Sentido do Mestre seja simplesmente lembrar o resto de sua realidade. Não é novo ou algo que você "alcança". Você já esteve lá e o usou antes.
O Sentido do Mestre é o seu estado natural, irrestrito pelos limites artificiais do jogo e como você libertar-se de volta para ele, pode haver uma curiosa sensação de déjà vu. Oh, e adivinhem? Desta vez, o seu pequeno pedaço do jogo não tem que retornar à caixa. É despertar também, ficar vivo e expandir para se tornar parte do Verdadeiro Ser.
Desta vez é diferente. Familiar como é, o tabuleiro está mudando, nós adulteramos os dados e é apenas um jogo. A humanidade não vai fazer certo desta vez, porque não fizemos errado antes. Foi apenas uma experiência extraordinária.
Alguns de nós estamos despertando do jogo, lembrando-se porque jogamos e permitindo o 'e' - que significa que vocês ainda podem jogar o jogo e ir para a festa no jardim. Mas lembrem-se, tentar fazer com que o pequeno comboio do Monopólio leve-o para fora, para a luz do sol, não vai funcionar. Basta ir lá para fora, você mesmo, traga o rapazinho, se você quiser e você vai se lembrar exatamente como funciona.
Você já fez tudo isso antes.
Por favor, respeite os créditos ao compartilhar
http://www.decoracaoacoracao.blog.br
Tradução: Léa Amaral – lea_mga2007@yahoo.com.br
http://www.novasenergias.net/circulocarmesim/shaunews.htm
http://www.novasenergias.net/circulocarmesim
LUZ!
STELA
Que lindo! Nessas últimas semanas tenho experenciado vários deja vus, mas em coisas pequenas, como cheiros, a luz do sol, uma casa ou até uma rua. Espero que mesmo não consciente, eu esteja me lembrando e agora pensando "fora da caixa".
ResponderExcluirGrata, Stela. <3