Por Maria Cristina Gonçalves
Que as coisas boas não podem acontecer com você?
Por que o sol não pode brilhar especialmente no seu jardim?
Por que será que resistimos aos acasos felizes?
Por que é tão difícil aceitar um elogio?
O reconhecimento?
A luz?
Dirijo-me especialmente a você que, apesar de ter algo a mostrar e a somar, insiste em se esconder, em ficar na sombra.
Por que só acreditamos piamente no que é negativo?
Só damos crédito às piores críticas ao nosso respeito?
Como a opinião descabida de outra pessoa a nosso respeito pode abalar o que, até então, considerávamos verdade?
São tantos os porquês sem nenhuma explicação que fica difícil elaborar uma resposta precisa para cada um.
A grande verdade é que muitas vezes deixamos, na última posição, a opinião de quem mais deveria nos importar: a nossa!
A nosso próprio respeito!
Ao invés de reforçarmos nossa auto-estima e intuição, nos entregamos às opiniões alheias.
Quem num dia de frio vai tirar o casaco para lhe vestir?
Qual dono de empresa, pela qual você veste a camisa, vai tirar a própria para lhe dar?
Não quero ser incrédula quanto à opinião das pessoas, mas quero reforçar que devemos colocar, em primeiro lugar, a consideração por nós mesmos.
Devemos nos dar crédito, um voto de confiança.
Isso me remete à infância: na intenção de educar e moldar a sociedade, em termos do que é correto e aceitável, somos podados do impulso e da força interior impressos no nosso DNA.
É perfeitamente razoável que a nossa conduta seja orientada, mas manter a nossa auto-estima num ponto cego, já é crueldade.
Podemos passar 1, 2, 3, 4, 1000 gerações ofuscando nosso brilho, repetindo velhas mentiras a nosso respeito e velhos comportamentos.
Mas também podemos tirar o véu, enxergar o bom e arregaçar as mangas para conquistar nosso espaço.
Às vezes, percorremos o caminho mais longo para voltarmos ao ponto de partida, nossas habilidades inatas:
- o garoto que não estudava e só pensava na bola, virou um atleta;
- a menina que vivia no jardim, virou paisagista;
- o garoto que desenhava roupas escondido, é estilista, hoje;
- a menina que se traduzia em letras no seu diário, é escritora, hoje.
Talvez esteja aí, bem dentro do seu ser, o seu verdadeiro talento, o que pode fazê-lo mais feliz.
Mas preferimos, na maioria dos casos, dar muitas voltas, seguir o caminho que os outros escolheram para nós, para só depois de muito tempo, chegarmos à nossa essência.
Ou mesmo, poderemos passar a vida inteira, efetivamente, sem nos encontrarmos intimamente.
Podemos vagar por esse mundão sem dono.
Não, não me refiro ao mundo sem dono, mas a você que ainda não é dono do seu mundo!
Será que nem de nós mesmos podemos tomar posse?
Será que não podemos ser mais generosos conosco mesmos?
Temos sempre que nos sabotar?
Será que a modéstia nos impede de enxergar o que há de bom em nós?
Ou é culpa da nossa boa educação que nos obriga a ceder a vez?
Isso pode mudar a qualquer hora, a qualquer tempo, nessa e em outras dimensões.
Olhe para você com olhar crítico, mas ao mesmo tempo, terno.
Olhe para si e descubra quem realmente é.
A partir desse olhar poderemos enxergar, com mais nitidez, o nosso semelhante.
Valide o que você e o que cada um tem de melhor.
Certamente faremos desse mundo um lugar legal para se viver.
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Colaboração: Tatiana Barboza
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Colaboração: Tatiana Barboza
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